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sábado, 8 de outubro de 2011

Pedro Américo - Especial Artistas Brasileiros

Biografia


Pedro Américo de Figueiredo e Mello (Areia PB 1843 - Florença, Itália 1905). Pintor, desenhista, professor, caricaturista, escritor. Antes de completar dez anos acompanha, como desenhista auxiliar, a expedição científica do naturalista francês Jean Brunet ao Nordeste do Brasil, em 1852. Por volta de 1855, muda-se para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio Pedro II e no ano seguinte matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. Entre 1859 e 1864, com bolsa concedida pelo imperador dom Pedro II (1825 - 1891), estuda na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] de Paris, onde é aluno de Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780 - 1867), Hippolyte Flandrin (1809 - 1864) e Carle-Horace Vernet (1789 - 1863); no Instituto de Física; e na Sorbonne. Após viagem pela Itália, retorna ao Rio de Janeiro em 1864 e assume a cadeira de desenho na Aiba. No ano seguinte, fixa-se em Bruxelas, Bélgica, e titula-se doutor em ciências naturais pela Universidade de Bruxelas em 1868. Alterna estadas no Rio de Janeiro e em Florença, mas continua como professor de estética, história da arte e arqueologia na Aiba. Entre 1870 e 1871, é responsável pela revista de caricatura A Comédia Social. Em 1877, expõe em Florença a Batalha de Avaí,encomendada pelo Ministério do Exército. A obra é novamente exposta, juntamente com aBatalha dos Guararapes, de Victor Meirelles (1832 - 1903), na Exposição Geral de Belas Artes de 1879, e gera intensa polêmica. Entre 1886 e 1888, pinta a tela Independência ou Morte, para o Salão de Honra do Museu do Ipiranga, atualmente Museu Paulista da Universidade de São Paulo - MP/USP. Com a Proclamação da República, é eleito deputado da Assembléia Nacional Constituinte, em 1890. Em 1900 retorna a Florença.


Américo, Pedro 
Independência ou Morte [O Grito do Ipiranga] , 1888 
óleo sobre tela 
415 x 760 cm 
Acervo do Museu Paulista (São Paulo, SP) 
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini

Américo, Pedro 
Paz e Concórdia , 1895 
óleo sobre tela, c.i.d. 
42 x 60 cm 
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (SP)

Américo, Pedro Paisagem do chaco, 1871.

A Batalha do Avaí, 1877, Museu Nacional de Belas Artes

Ficheiro:Pedro Américo - Retrato de Cândido Almeida Reis - 1888.jpg
Pedro Américo - Retrato de Cândido Almeida Reis - 1888

Histórico

Nascimento/Morte
1843 - Areia PB - 29 de abril
1905 - Florença (Itália) - 7 de outubro


Vida Familiar

1870 - Lisboa (Portugal) - Casa-se com Carlota, filha do pintor Porto Alegre (1806 - 1879), seu antigo professor que era cônsul-geral do Brasil em Lisboa

Formação

ca.1853 - Areia PB - Freqüenta a escola do latinista Joaquim da Silva
ca.1855 - Rio de Janeiro RJ - Estuda no Colégio Pedro II, por indicação do Visconde de Bom Retiro
1856 - Rio de Janeiro RJ - Estuda na Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. Recebe quinze medalhas de ouro e prata, e diplomas de aprovação com louvor
1859/1864 - Paris (França) - Com bolsa concedida pelo imperador dom Pedro II (1825 - 1891), estuda na École National Superiéure des Beaux-Arts; é aluno de Ingres (1780 - 1867), Léon Cogniet, Hippolyte Flandrin (1809 - 1864) e Carle-Horace Vernet (1789 - 1863). Estuda também no Instituto de Física e na Sorbonne
1868 - Bruxelas (Bélgica) - Recebe título de doutor pela Université de Bruxelas

Cronologia

Pintor, desenhista, professor, caricaturista, escritor

1852/1855 - Antes de completar dez 10 anos acompanha, como desenhista auxiliar, a missão científica chefiada pelo francês Jean Brunet pelo nordeste brasileiro
ca.1855 - Rio de Janeiro RJ - Vive nessa cidade
ca.1863 - Recebe a comenda da Ordem do Santo Sepulcro do Papa Pio IX
1864 - Paris (França) - É condecorado pelo Rei da Prússia em agradecimento ao quadro A Carioca
1864 - Rio de Janeiro RJ - É professor de desenho na Aiba
ca.1865 - Viaja pela França, Alemanha, Holanda e Dinamarca
1866 - Viaja para a Argélia
1870 - Rio de Janeiro RJ - É professor de estética, história da arte e arqueologia na Aiba
1870/1871 - Rio de Janeiro RJ - Responsável, junto com Aurélio de Figueiredo, pelos 78 números da revista de caricatura A Comédia Social
1872/1879 e 1885 - Rio de Janeiro RJ - Recebe o Grau de Comendador e Dignatário da Ordem da Rosa
1873/1890 - Florença (Itália) - Com esporádicas viagens ao Brasil
1873/1877 - Florença (Itália) - Executa o quadro Batalha do Avaí, pintado na biblioteca do Convento da Santíssima Anunciata
1879 - Rio de Janeiro RJ - A obra de sua autoria Batalha do Avaí e a obra Batalha dos Guararapes, de Victor Meirelles (1832 - 1903), suscitam polêmica na imprensa e no público
1880 - Acusado de plágio na obra Batalha do Avaí, publica em francês o Discurso sobre o Plágio na Literatura e na Arte
1882 - Rio de Janeiro RJ - Publica o romance autobiográfico O Holocausto
1886/1888 - Florença (Itália) - Pinta a tela Independência ou Morte para o Salão de Honra do Museu do Ipiranga, atualmente Museu Paulista da Universidade de São Paulo
1886 - Publica a novela Amor de Esposo
1890 - Deputado da Assembléia Nacional Constituinte pela Paraíba
1890/1894 - Rio de Janeiro RJ - Vive nessa cidade
1900 - Publica a novela O Foragido
1900/1905 - Florença (Itália) - Vive nessa cidade
1901 - Publica a novela Na Cidade Eterna

Américo, Pedro 
Violinista Montenegrina , 1899 
óleo sobre tela 
73 x 57 cm 
Coleção Particular

Américo, Pedro 
A Noite e os Gênios do Estudo e do Amor , 1886 
óleo sobre tela, c.i.e. 
260 x 195 cm 
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) 
Reprodução Fotográfica Gilson Ribeiro

Américo, Pedro 
Moisés e Jocabed , 1884 
óleo sobre tela 
151 x 105 cm 
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) 
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini

Críticas


"Afirmam os entendidos que até hoje não apareceu no Brasil um desenhista tão perfeito como Pedro Américo. Seu quadro Batalha do Avaí é considerado modelo de técnica. Outras maravilhas: O Grito do Ipiranga, David e Abisag e A Carioca. Este último quadro foi pintado na Europa e mandado de presente para o Imperador Pedro II. Trata-se de bela morena carioca, nua, banhando-se na Cascatinha da Tijuca. Verdadeira obra de arte e bom gosto. No entanto, o mordomo da Casa Imperial considerou o motivo licencioso para figurar na Galeria de Sua Majestade. O quadro foi devolvido e o grande pintor, ferido em seus brios, ofertou-o a Guilherme I, Imperador da Alemanha. Pelo gesto foi condecorado com medalha de ouro".

José Claudino da Nóbrega

NÓBREGA, José Claudino da. Paraíba pequena mas gloriosa. In: ______. Memórias de um viajante antiquário. São Paulo: Raízes, 1984. p. 84.

"O artista abandonou as cediças linhas da composição acadêmica, e compôs o sujeito como melhor entendeu, para transmitir mais diretamente a impressão recebida. Para alguns constitui esse modo de proceder um imperdoável erro, porque é desprezar os mais austeros princípios da arte. Se, entretanto, indagarmos bem da causa que provoca a impersonalidade em artistas de cuidados estudos e de inteligências assinaladas, acharemos como causa fundamental esses austeros princípios da arte, que tanto preocupam os críticos convencionalistas. Limitar o artista a copiar a linha da composição desse ou daquele mestre antigo, de Rafael ou de Rubens, de Leonardo ou de Rembrandt, é negar o direito do estilo, que é a afirmação da individualidade. Copiar dos mestres as obras-primas é procurar imitá-los, e a imitação não faz mais do que realçar o mérito do original. De resto, quem imita é porque não pode inventar. A composição doEpisódio Militar de Campo Grande, um pouco tímida em certos pontos, é, contudo, a primeira fase desse estilo largo e vigoroso que vemos na Batalha do Avaí. Precisamos atender bem a um ponto de máxima importância. O estilo não é unicamente o toque. Uma mediocridade, como afirma E. Véron, pode ter o toque habilíssimo, e por esse fato jamais deixará de ser uma mediocridade. O estilo é o próprio artista visto através da sua obra, é o conjunto da sua obra: a expressão, o assunto, o toque, a linha e, sobretudo, a cor, é enfim o je ne sais quoi de que fala Fromentin na sua obra Les Maîtres d'Autrofois: N'y a-t-il pas dans tout artiste digne de ce nom un je ne sais quoi qui se charge de ce soin naturellement et sans effort?'".

Gonzaga Duque

DUQUE, Gonzaga. Progresso. In: ___. A arte brasileira. Campinas: Mercado de Letras, 1995. p. 151-152. (Arte: ensaios e documentos).

"Como bem enxergou Gonzaga Duque em seu romance Mocidade Morta, Pedro Américo era o protótipo do pintor oficial que sabe promover a própria arte, servindo-se de modo desinibido das instituições públicas e dos meios de comunicação. Com Independência ou Morte, apresentado em Florença em 1887, na presença do imperador e da mais alta aristocracia européia, Américo candidatava-se a vate do império; nem por isso a Academia abriu-lhe as portas. O nascimento da República ofereceu-lhe a moldura ideal para uma nova tentativa, com Paz e Concórdia, por exemplo, hoje no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro. Com o pano de fundo desse mesmo quadro, Pedro Américo pintou um grande edifício monumental, um templo-museu em cujo interior pode-se ver representado seu Independência ou Morte, a grande pintura histórica que representa o monumento fundador da independência brasileira. Para Pedro Américo, ser o pintor-sacerdote da nação era uma vocação. Tratava-se de um pintor digno de monumento nacional, de um Altar da Pátria todo mármore e lobas capitolinas. (...) A desmedida dimensão de suas ambições e a falta de reconhecimento público inconteste faziam dele o protótipo do gênio incompreendido representado em seu infeliz romance Holocausto, em grande parte autobiográfico. Com indubitável habilidade, que tem paralelos no desinibido historicismo de Gervez, Pedro Américo registrará seu pessimismo e sua frustração no extraordinário Tiradentes Esquartejado, do Museu Mariano Procópio de Juiz de Fora, no qual os cânones da representação heróica são sarcasticamente distorcidos, adquirindo um clima alucinante de grand-guignol".

Luciano Migliaccio

MIGLIACCIO, Luciano. A segunda metade do século. In: MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO. Arte do século XIX. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000. p. 113.

Américo, Pedro 
Rabequista Árabe , 1884

Américo, Pedro 
A Carioca , 1882 
óleo sobre tela 
205 x 135 cm 
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) 
Reprodução fotográfica César Barreto

Américo, Pedro 
O Voto de Heloísa , 1880 
óleo sobre tela 
150 x 104 cm 
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) 
Reprodução Fotográfica Gilson Ribeiro

Américo, Pedro 
Fausto e Margarida , s.d. 
óleo sobre tela 
34 x 23 cm 
Pinacoteca do Estado (São Paulo, SP)

Américo, Pedro 
Davi e Abisag , 1879 
óleo sobre tela 
172 x 216 cm 
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) 
Reprodução fotográfica Gilson Ribeiro

Américo, Pedro 
Judite e Holofernes , 1880 
óleo sobre tela 
229 x 141 cm 
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ) 
Reprodução Fotográfica Gilson Ribeiro 
Marcos Históricos
1937 - Museu Nacional de Belas-Artes - MNBA

Fontes de Pesquisa
ACQUARONE, Francisco, VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil - II. [Rio de Janeiro]: s.n., 1942. [170] p., [74] il. color.
ACQUARONE, Francisco. História da arte no Brasil. Rio de Janeiro: Oscar Mano & Cia, 1939. 276 p., il. p&b.
ACQUARONE, Francisco. Mestres da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 253 p., il. p.b., color.
ALMEIDA, Horácio de. Pedro Américo: ligeira nota biográfica do genial pintor paraibano. João Pessoa: Publicações A União Editora, 1943.
ARTE no Brasil. Prefácio Pietro Maria Bardi; introdução Pedro Manuel. São Paulo: Abril Cultural, 1979. v. 1, 556 p., il. color.
BARDI, Pietro Maria. 40 anos de MASP. Prefácio Gilberto Freyre. São Paulo: Crefisul, 1986. 174 p., il. p.&b. color. (Biblioteca Crefisul, 8).
CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Prefácio Carlos Roberto Maciel Levy. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. 292 p., il. p&b. color.
CARVALHO, José Murilo. Os esplendores da imortalidade. Folha de S. Paulo, 26 dez. 1999. Caderno Mais!
CHIARELLI, Tadeu. Um jeca nos Vernissages. In: ______. Um Jeca nos vernissages. Apresentação José Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Edusp, 1995. 261 p., il. p&b. color. (Texto e arte, 11).
COTRIM, Álvaro. Pedro Américo e a caricatura. Prefácio João Carlos Cavalcanti; introdução Angelo Agostini. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. 82 p., il. p&b. (História da pintura brasileira, 7).
DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira. Introdução Tadeu Chiarelli. Campinas: Mercado de Letras, 1995. 270 p. (Arte: ensaios e documentos).
LAGO, Pedro Corrêa do. Caricaturistas brasileiros: 1836-1999. Edição Marcos da Veiga Pereira; prefácio Zuenir Ventura; apresentação Aloysio de Andrade Faria. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999. 215 p., il. color.
LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. Produção Raul Luis Mendes Silva, Eduardo Mace; design Alessandra Gerin; trilha sonora Roberto Araújo. [S.l.]: Log On Informática, 1999. 1 CD-ROM.
LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Edição Raul Mendes Silva. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. 555 p., il. p&b., color.
LIMA, Herman. Os precursores (conclusão). In: ______. História da caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963. v. 3, p.835-850. Cap. 12.
LOBATO, Monteiro. Pedro Américo. In: ______. Idéias de Jeca Tatu. São Paulo: Editora Brasiliense, 1951. p. 67-76.
MELLO JÚNIOR, Donato. Pedro Américo de Figueiredo e Melo 1843-1905: algumas singularidades de sua vida e de sua obra. Prefácio Maria Elizabete Santos Peixoto; introdução J. M. Cardoso de Oliveira. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. 81 p., il. p&b.
MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP. Arte do século XIX. Organização Nelson Aguilar; coordenação Suzanna Sassoun; apresentação Edemar Cid Ferreira; tradução Roberta Barni, Christopher Ainsbury, John Norman. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000. 223 p., il. color.
OLIVEIRA, Cecília Helena (org.); MATTOS, Claudia Valladão de (org.). O brado do Ipiranga. São Paulo: EDUSP/Museu Paulista da USP, 1999.
OLIVEIRA, J. M. Cardoso de. Pedro Américo: sua vida e suas obras. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943. 203 p., il. p&b.

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