Prof. Marcio Carneiro

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Arquitetura

"... a arquitetura é ciência ornada de várias erudições e disciplinas, a juízo a qual são aprovadas todas as coisas que em arte se aperfeiçoam, e nascem da 'fábrica' e 'raciocínio'". (Vocabulário das artes do desenho, 1681. Filippo Baldinucci apud BYINGTON, 2009, p.43).

"A figura do arquiteto no Renascimento em nada se assemelhava ao seu homólogo medieval, enquanto profissional capaz de combinar competência técnica e capacidade filosófica - 'fábrica e raciocínio'. Dotado de saber enciclopédico e versado em todas as matérias, era quem mais naturalmente se aproximava da ideia de Homem Universal". (BYINGTON, 2009, p. 44).
A arquitetura renascentista tivera como modelo, as ruínas das construções romanas do tempo do império e da república, e as próprias obras dos arquitetos da Antiguidade que sobreviveram ao longo destes séculos, dentre os quais,Marco Vitrúvio Polião, arquiteto e engenheiro romano que viveu no século I a.C. Seu longo trabalho escrito formado por dez volums, fora batizado De Archictetura. Tal trabalho fora parcialmente utilizado durante a Idade Média sem muita atenção por parte dos arquitetos da época, ele só veio a ganhar destaque mesmo durante a renascença a qual priorizou os estudos clássicos greco-romanos. Leonardo homenageou os estudos de Vitrúvio, compondo o famoso desenho do Homem Vitruviano.
"... tratava-se, literalmente, de trazer à luz a arquitetura clássica soterrada pelo tempo e pela ignorância, redescobrir-lhe a técnica construtiva, reiventar-lhe as formas e funções". Petrarca. (BYINGTON, 2009, p. 44).
"Uma vez que os manuscritos do livro de Vitrúvio haviam sido encontrados sem as ilustrações que se supunham constantes da edição original, a decifração do antigo texto favoreceu a fértil colaboração entre artistas e humanistas". (BYINGTON, 2009, p. 46).
Nomes como Michelangelo, Rafael, Belinni, Giotto, El Greco, em parte também Leonardo, já que este também realizara trabalhos em arquitetura, mas principalmente no campo da engenharia militar; vários dos outros artistas já mencionados também atuaram como arquitetos. Todavia, irei citar mais dois nomes importantes em meio a tantos outros.
Filippo Brunelleschi (1377-1446), considerado o maior nome da arquitetura renascentista. Brunelleschi trabalhou como escultor e ourive, mas fora na arquitetura em que se destacou. Em 1419 ele projetou o portão do Hospital dos Inocentes em Florença, tornando-se a primeira construção renascentista da cidade. Entre 1420 e 1436, concebeu e supervisionou as obras do domo dacatedral de Santa Maria del Fiore, considerada uma de suas maiores obras. Fora também responsável por reogarnizar os interiores das basílicas de S. Lorenzo (1420), S. Spirito (1436) e a capela dos Pazzi (1429) em parceria com outros arquitetos. Brunelleschi projetou várias estruturas para palácios, igrejas e fortalezas, pedidos que viam de Mântua, Milão, Pisa e da própria Florença.


Vista da Basílica de Santa Maria del Fiore, Florença, Itália. Em destaque a cúpula, projetada por Felippo Brunelleschi e a torre do campanário, projetada por Giotto.
Leon Battista Alberti (1404-1472), fora arquiteto e engenheiro, atuou como filósofo humanista, urbanista, escultor e músico. Alberti na visão de Vasari, expressava o ideal do Homem Universal, uma pessoa polimata, assim como fora Leonardo da Vinci e outros artistas da época. Alberti deixou importantes tratados das artes, os quais tiveram grande importância na renascença. Dentre seus tratados deixados estão: De pictura (1436), De statua (1464) e De re aedificatoria (1452).
Alberti, em De pictura, acentua a diferença entre o artista medieval e o artista renascentista, enquanto no medievo o artista era mais ligado ao ofício de um artesão, na renascença o artista seria um homem letrado, filósofo, um intelectual. "'O pintor deve ser culto', escrevia Alberti, que também alertava sobre quanto o comportamento influenciava a fama do pintor". (BYINGTON, 2009, p. 37).
"Em seus tratados, o humanista parece claramente empenhado em influenciar e consolidar os novos caminhos da recepção das obras pelo público, desempenhando sua função crítica junto aos artistas e aos mecenas. Alberti discorre sobre o valor da habilidade do artista em contraposição ao valor da habilidade do artista pregado; teoriza sobre a necessidade de concordância entre todos os membros do corpo, seja na proporção, seja na intenção da ação representada, exemplificando como a figura de um morto cujos membros devem expressar essa condição". (BYINGTON, 2009, p. 41).
Ele realizou importantes obras em Florença, Mântua, Roma etc, mas seu grande legado fora suas obras teóricas sobre a pintura, escultura e arquitetura, além de sua filosofia humanista.

Fachada da Basílica de Santa Maria Novella, Florença, Itália. Projeto de Leon Battista Alberti

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