Prof. Marcio Carneiro

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sábado, 9 de abril de 2011

Infância, 1452–1466 - LEONARDO DA VINCI


Pouco se sabe da infância de Leonardo. Provavelmente passou os seus primeiros quatro ou cinco anos no vilarejo de Anchiano, e, depois do casamento de sua mãe com Accattabriga del Vaca, mudou-se para a casa da família de seu pai: seu avô, Antonio, e tio, Francesco, na pequena cidade de Vinci. Seu pai se casou com uma jovem de dezesseis anos chamada Albiera di Giovanni Amadori, que amou Leonardo, que a chamava de madrinha, porém, morreu muito cedo sem filhos - Leonardo testemunharia a mais três casamentos de seu pai, Piero. A morte do avô de Leonardo, a quem muito estimava, também foi por volta desse período. Em sua vida adulta, Leonardo só se recordaria de dois incidentes de sua infância, um deles, tinha como presságio:
Parece-me que sempre fui destinado a me interessar muito profundamente por falcões, pois me lembro como uma de minhas primeiras recordações que, quando estava no berço, um falcão desceu sobre mim e abriu minha boca com a cauda, e me bateu muitas vezes entre os lábios com ela.
O segundo ocorreu enquanto ele explorava as montanhas da região, e depois de vagar por alguma distância entre as rochas projetadas acima, cheguei à boca de uma imensa caverna, diante da qual me quedei por algum tempo estupefato, pois ignorava a sua existência (…) e após ficar ali algum tempo, de repente despertaram dentro de mim duas emoções - medo e desejo - medo da escura e ameaçadora caverna, desejo de ver se haveria alguma coisa maravilhosa lá dentro.
A infância e a juventude de Leonardo foram tema de diversas conjunturas históricas. Giorgio Vasaribiógrafo do século XVI que escreveu sobre os pintores do Renascimento, conta como um camponês local teria pedido a Ser Piero que mandasse seu filho pintar um quadro numa placa redonda ou escudo. Leonardo respondeu com uma pintura de serpentes soltando fogo -ou mesmo um dragão- tão terrível e mesmo assim tão surpreendente que Ser Piero decidiu vender para um negociante de arte florentino que, por sua vez, a vendeu ao Duque de Milão. Enquanto isso, com o lucro da venda, Ser Piero comprou uma placa, decorada com um coração penetrado por uma flecha, que ele deu ao camponês.

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