Ao regressar do enterro de Manet, seu amigo Edgar Degas, também pintor, disse: "Não sabíamos que era tão grande." A frase revela o drama de um dos maiores artistas franceses, pouco compreendido enquanto vivo.
Édouard Manet nasceu em Paris, em 23 de janeiro de 1832. Já no colégio Rollin, onde fez os primeiros estudos, demonstrou interesse pelo desenho, mas a família rejeitou sua pretensão de tornar-se pintor.
Em dezembro de 1848, como aprendiz de piloto, embarcou com destino ao Rio de Janeiro. A breve passagem pela cidade está documentada nas cartas que enviou do Brasil a seus familiares na França, traduzidas e comentadas por Afonso de E. Taunay no livro No Rio de Janeiro de Dom Pedro II (1947).
Após regressar à França, em junho de 1849, seus pais finalmente aceitaram sua carreira de pintor. No ano seguinte, ingressou no ateliê de Thomas Couture e, após seis anos, instalou seu próprio ateliê. Em 1859, pintou "O bebedor de absinto" e, em 1862, "Música nas Tulherias", cena ao ar livre que reúne figuras da sociedade parisiense do segundo império.
Em 1863, o júri do Salão da Academia Real rejeitou o quadro "Déjeuner sur l'herbe", obra revolucionária para os padrões da época. Manet a expôs, então, no Salon des Refusés (Salão dos Recusados), onde provocou a admiração dos jovens pintores que mais tarde integrariam o grupo impressionista. Embora inspirado em obras de antigos mestres como Giorgione e Rafael, o quadro provocou violenta reação dos críticos, chocados com a presença de uma mulher nua em meio a homens vestidos.
Manet casou-se com Suzanne Leenhoff em 1863. Na época, começou a pintar cenas de hipódromos, entre elas "As corridas de Longchamp".
No Salão de 1865, a tela "Olympia" provocou novo escândalo. No ano seguinte, "O pífaro", rejeitado pelo Salão, foi exposto no ateliê de Manet. Émile Zola publicou então um artigo em que o elogiava.
No início da guerra franco-prussiana de 1870, Manet se alistou na guarda nacional. Em 1874, tornou-se amigo de Claude Monet e outros pintores impressionistas. Manet morreu em Paris em 30 de abril de 1883. Após a exposição realizada em sua memória, a obra do pintor finalmente obteve reconhecimento.
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