Prof. Marcio Carneiro

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domingo, 6 de março de 2011

Hieronimus Bosch 1450? - 1516

A concepção pessimista de um mundo dominado pela idéia do pecado e da fragilidade da natureza humana, típica do pensamento medieval, encontrou expressão plástica na pintura de Bosch. Firmemente aparentada, pela simbologia, com a fantasia popular e a cultura da época, sua insólita obra, cáustica e imaginativa, prenunciou as grandes realizações da pintura flamenga e holandesa dos séculos XVI e XVII.

Pertencente a uma família de pintores, o flamengo Jeroen van Aeken, dito Hieronymus Bosch, nasceu por volta de 1450 em Hertogenbosch, mais tarde Bois-le-Duc, no Brabante setentrional (Bélgica). Desenvolveu toda sua atividade na cidade natal, que gozava então de grande prosperidade comercial.

Salvo as referências existentes no arquivo da cidade, que o dão como membro da confraria de Nossa Senhora entre 1486 e 1516, as informações sobre sua vida são muito escassas. Esse fato trouxe graves problemas para a datação de sua obra, que se baseou fundamentalmente em critérios estilísticos. A dispersão de seus quadros revela, de qualquer modo, o prestígio que alcançou na Europa.

Nas primeiras obras de Bosch, de temas tradicionais e estilo algo arcaico, salientam-se "A extração da pedra da loucura", "A nau dos insensatos" (baseada numa alegoria do alemão Sebastian Brant) e a "Mesa dos pecados capitais". Nesta última aparecem temas que se tornaram freqüentes em toda sua produção, como a natureza pecaminosa do homem e a dificuldade da salvação.

Ao período seguinte pertencem suas obras capitais: os trípticos "O carro de feno", "O jardim das delícias" e "As tentações de santo Antão", alegorias de tom satírico e moralizante, em que o autor deu livre curso à imaginação para plasmar suas idéias sobre o paraíso terrestre, o pecado, o juízo final e o inferno.

Com singular domínio dos tons e valorização dos pormenores, Bosch criou um mundo fantástico, povoado de seres de pesadelo, monstros fantasmagóricos e estranhas construções, onde a natureza se confunde com a fantasia. Esse mundo mágico estava presente na cultura da época e aparece também em textos literários, como obras de alquimia, livros satíricos e poemas.

Nas obras de sua última fase, entre as quais "A coroa de espinhos" e o "Cristo com a cruz", houve uma mudança radical de escala. Bosch abandonou os seres diminutos que povoavam suas paisagens e adotou figuras de meio-corpo em primeiro plano. O simbolismo dessas composições, no entanto, ainda que menos delirante, é tão hermético quanto o das obras precedentes.

Bosch morreu em sua cidade natal em 9 de agosto de 1516. Sua influência foi enorme sobre todos os pintores que tentaram penetrar nas fontes do irracional, particularmente os surrealistas.

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