Pertencente ao grupo central que criou a pintura impressionista francesa na segunda metade do século XIX, Renoir aos poucos se desinteressou das cintilações de cor e luz características do movimento e adotou uma estética mais clássica.
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Pierre-Auguste Renoir nasceu em Limoges, em 25 de fevereiro de 1841.
Seu pai, um alfaiate, decidiu mudar-se com a família para Paris, por volta de 1845, e aos 13 anos o jovem Renoir trabalhava numa fábrica de porcelana, decorando as peças com buquês de flores.
A partir de 1862 freqüentou cursos noturnos de desenho e anatomia na Escola de Belas-Artes e, paralelamente, estudou com o suíço Charles Gleyre, em cujas aulas conheceu Claude Monet, Alfred Sisley e Jean-Frédéric Bazille. Formou com esses pintores um grupo de idéias revolucionárias, que a crítica da época rotulou, com desprezo, de "impressionista".
Influenciados pela proposta de Manet, os quatro alunos de Gleyre passaram a primavera de 1864 na floresta de Fontainebleau, onde se dedicaram a pintar diretamente da natureza, ao contrário da regra que confinava o artista ao estúdio, buscando apreender a cor local e tratar de forma espontânea os efeitos de luz.
Essas idéias se assemelhavam às de outros três iniciadores da escola, Édouard Manet, Paul Cézanne e Camille Pissarro. Desde 1874, já ocorrida a fusão dos dois grupos, Renoir figurou nas polêmicas exposições dos impressionistas, e por toda uma década participou do movimento.
Pintando flagrantes do quotidiano, sugerindo com toques multicores as vibrações da atmosfera, dando à pele das jovens mulheres uma tonalidade quase dourada, criou a partir de 1875 uma série de telas bem identificadas com o espírito impressionista.
Exemplos típicos dessa fase são os grandes quadros "Le Moulin de la Galette" (Louvre), de 1876, e "O almoço dos remadores" (National Gallery of Art, Washington), de 1881.
Após várias viagens, em 1881-1882, à Itália, Argélia e Provença, de consideráveis efeitos sobre sua vida e sua arte, Renoir se convenceu de que o uso sistemático da técnica impressionista já não lhe bastava. Concluiu também que o preto não merecia a rejeição antes proposta por seus colegas, sendo até capaz, em certos casos, de ter um efeito notável para acentuar a intensidade das cores.
A descoberta da obra de Rafael e o fascínio pela pureza das linhas clássicas, a que sucumbiu na Itália, confirmaram-no em suas novas idéias.
Na maioria, as telas que pintou a partir de 1883-1884 são de tal maneira marcadas pela disciplina formal que alguns historiadores da arte agruparam-nas como as da "fase Ingres", em alusão a sua vaga semelhança com o estilo do pintor clássico francês.
A formação impressionista persistiu, no entanto, na mestria de Renoir no manejo das cores, evidente na longa série "Banhistas".
A partir de 1907, radicado definitivamente em Cagnes-sur-Mer, onde já costumava passar longas temporadas, Renoir realizou no fim da vida algumas esculturas, que se somaram aos quase quatro mil quadros que compõem sua obra.
Nem o reumatismo crônico, que o obrigava a amarrar o pincel na mão para pintar, turvou a luminosidade de suas telas, reflexo de uma atitude otimista. Renoir morreu em seu retiro, naquela cidade da Provença, à beira do Mediterrâneo, em 3 de dezembro de 1919.
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