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domingo, 6 de março de 2011

Rembrandt (Rembrandt Harmenszoon Van Rijn) 1606 - 1669

Pintor, desenhista e gravador, Rembrandt foi um mestre do claro-escuro, técnica em que os efeitos de luz criam a forma e o espaço e a eles a cor se subordina. Seus desenhos, notáveis pela soltura dos traços, são um vívido registro da Amsterdam de sua época, enquanto os retratos e auto-retratos evidenciam profunda sensibilidade às nuanças do temperamento humano.

Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em Leiden, Países Baixos, em 15 de julho de 1606. A partir de 1620 freqüentou a universidade, que abandonou para se dedicar à pintura. Estudou em sua cidade com Jacob van Swanenburch e depois, em Amsterdam, com Pieter Lastman. Por volta de 1627 retornou a Leiden para trabalhar com Jan Lievens, outro discípulo de Lastman.

De início influenciado pelas inovações pictóricas de Caravaggio, que explorou em seus quadros as possibilidades dramáticas dos altos contrastes de luz e sombra, Rembrandt adaptou o claro-escuro do mestre italiano para plasmar a realidade mental de seus modelos, pela acentuação seletiva das texturas físicas, do modelado, da pose e da expressão facial. Suas primeiras composições de grupos, como "A ceia em Emaús" (1630; Louvre), demonstram a grande habilidade em retratar os mais sutis estados psicológicos.

Datam também dessa época suas primeiras águas-fortes, técnica que dominou como poucos. Os temas bíblicos, mitológicos e históricos tornaram-se comuns nos quadros de Rembrandt, muitos dos quais, pintados sob encomenda, registram cenas do cotidiano vividas por personagens de destaque na vida social dos Países Baixos.

Em 1631 o pintor radicou-se em Amsterdam, onde sucessivas e bem remuneradas encomendas tornaram-no um artista próspero, logo cercado por discípulos. Grandes composições de grupos, como a "Lição de anatomia do Dr. Nicolaes Tulp" (1632; Maurithuis, Haia), uma de suas obras mais famosas, garantiram-lhe a reputação de pintor brilhante, embora pouco convencional. Manifestação de exuberante alegria de viver é o não menos famoso "Auto-retrato com Saskia" (1634; Gemäldegalerie, Dresden), mulher rica com quem se casou e levou vida luxuosa.

Instalado numa ampla casa no bairro judaico de Amsterdam, Rembrandt foi nessa fase o principal representante do barroco protestante do norte da Europa. Dando atenção aos detalhes realistas, pintou imensa série de retratos, muitos dos quais de rabinos e outros judeus, rostos orientais que lhe serviram também como modelos para pintar cenas bíblicas livremente interpretadas.

Na década de 1640, o destino pessoal de Rembrandt e o de sua arte sofreram grandes mudanças. Em 1642 Saskia morreu, deixando-lhe vivo um único filho, Titus, pintado pelo pai várias vezes.

As alterações do gosto na pintura holandesa impediram que o artista, apegado a sua linha subjetiva de trabalho, mantivesse junto ao público a mesma popularidade. Mas isso, se reduziu seus horizontes no plano material, foi compensado por um óbvio enriquecimento do conteúdo de suas obras. As composições com temas bíblicos aprofundaram-se em introspecção e ternura, ao passo que os retratos adquiriram novo sabor contemplativo e trágico, com detalhes da fisionomia e da roupa perfeitamente articulados para transmitir as características fundamentais dos modelos.

O ponto mais alto de seu trabalho como retratista é o grupo conhecido como "A ronda noturna" (1642; Rijksmuseum, Amsterdam), representação rica em efeitos cênicos do desfile de uma companhia de atiradores. A restauração do quadro, no século XX, devolveu-lhe as cores originais e demonstrou que o adjetivo "noturna" devia-se apenas ao escurecimento da tela ao longo de três séculos.

Sua fase mais produtiva como gravador iniciou-se por volta de 1636 e estendeu-se por vinte anos. Muitas de suas gravuras representam também cenas bíblicas, entre as quais é especialmente conhecido o "Cristo curando doentes" (1645), conhecido como "Folha de cem florins" por ter sido vendido por essa importância. O ambiente das gravuras religiosas de Rembrandt é sempre de pobreza. O realismo do pintor o impede de dissimular mesmo a feiúra de um modelo e o leva a pintar cruas naturezas-mortas.

Em 1649 Rembrandt iniciou um relacionamento com a jovem Hendrickje Stoffels. É dessa época "O homem com o elmo de ouro" (c.1650; Museu de Berlim), retrato do irmão do artista que exemplifica seu pendor pelos planos imersos na escuridão e cortados por certeiros fachos de luz que parecem vir de outro mundo para aclarar os rostos das figuras ou os pontos essenciais das composições.

A década de 1650, malgrado a sucessão de problemas, é importante na obra de Rembrandt pelos numerosos auto-retratos que alçaram o gênero a um de seus pontos culminantes na história da arte. Pesados gastos e dívidas levaram-no à bancarrota em 1656, depois do que suas finanças passaram a ser administradas por Titus e pela nova companheira.

Na década seguinte, Rembrandt criou diversas obras-primas, entre as quais o famoso quadro "Os síndicos da corporação de tecelões" (1662; Rijksmuseum).

Um ano após a morte de Titus, Rembrandt morreu em Amsterdam, em 4 de outubro de 1669. Embora estivesse então em relativa obscuridade, sua reputação foi recuperada no século XVIII e continuou a crescer até que, no século XX, o artista passou a ser considerado um dos maiores pintores do Ocidente.

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