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domingo, 6 de março de 2011

Tintoretto Jacopo Robusti (1518-1594)

A moderna historiografia da arte tende a reconhecer em Tintoretto o maior representante do amplo movimento artístico que foi o maneirismo, interpretado segundo a tradição veneziana. O artista é admirado antes de tudo pela ênfase no dramatismo da composição e da luz.

O filho do tintureiro

Jacopo Robusti, conhecido como Tintoretto, nasceu em Veneza por volta de 1518. Filho de um tintureiro de sedas (daí o cognome), sabe-se que entrou ainda jovem para o ateliê de Ticiano, onde ficou poucos dias.

Uma vida dedicada
à pintura

Em 1539, no entanto, já se estabelecera como pintor, e voltou de uma viagem a Roma impressionado com a obra de Michelangelo.

Após pintar afrescos para a igreja de Santa Maria dell'Orto, recebeu em 1548 a encomenda de decorar a Scuola di San Marco, trabalho que lhe valeu grande fama.

Em 1550 casou-se com a filha de um banqueiro e até o fim da vida dedicou-se somente à pintura.

Renascentista, barroco
ou maneirista ?

Durante muito tempo Tintoretto foi classificado como o último pintor renascentista; passou depois a ser considerado o primeiro mestre da pintura barroca; hoje é apontado como grande vulto do maneirismo.

É difícil classificá-lo com precisão, pois em sua obra existem exemplos das três correntes. O pintor preocupou-se igualmente com a forma e com a cor, numa síntese florentino-veneziana que para outro mestre teria sido impossível.

Segundo a tradição, teria escrito na porta do seu ateliê: "Desenho de Michelangelo e colorido de Ticiano."

Um mestre da cor

A obra de Tintoretto está concentrada sobretudo em Veneza, mas seus quadros a óleo escureceram, em parte porque ele não costumava reforçar o branco das telas antes de pintar as cores escuras.

Suas obras, altamente dramáticas, fogem à placidez e regularidade da composição renascentista.

A fama de que desfrutou o pintor como mestre do colorido, a despeito da deterioração de seus óleos, sobrevive em função da alta qualidade emocional das telas.

O furioso

A dramaticidade dos quadros de Tintoretto somente pode ser equiparada a sua inesgotável atividade; daí seu outro apelido da época, "Il Furioso".

Autodidata, a princípio estudou e copiou obras de Michelangelo e Sansovino. Executou trabalhos sem nada cobrar ou apenas pelo preço do material utilizado: são os casos da decoração da igreja de Santa Maria dell'Orto e da Scuola di San Marco.

Nesta última concluiu em 1548 um de seus quadros mais importantes: o "Milagre de são Marcos" (hoje na Academia de Belas-Artes, Veneza), no qual procurou exaltar o movimento e o volume dos corpos pela luz, sem sacrificar a cor.

A partir de 1550, Tintoretto recebeu numerosas encomendas de procedências diversas. Dessa fase há, entre outros trabalhos, "Adão e Eva" (1550-1553), "Abel e Caim" (1550-1553), "Santo André e São Jerônimo" e "São Jorge e a princesa", os dois últimos para o Palazzo Ducale.

A mais célebre das obras desse período foi "Susana no banho" (1560-1564).

O esboço estava pronto

Em 1564, a Scuola di San Rocco abriu concurso para a decoração de suas salas e convidou os principais pintores venezianos a participar.

Todos apresentaram um simples projeto, mas no dia da decisão do certame Tintoretto mandou descobrir uma parede da instituição e mostrou um trabalho acabado, que ofereceu de presente.

Como o estatuto da escola não permitisse a recusa de doações, a vitória coube ao pintor que, além de vencer o concurso, recebeu contrato para a execução de outras obras.

Consumidas pelo fogo

Nessa mesma instituição, Tintoretto deixou importante repositório de arte. A primeira de suas obras ali pintadas foi uma "Crucificação" (1565), seguida de uma história da "Paixão" (1566), com cenas que salientam os impulsos humanos dos personagens, como em "Cristo diante de Pilatos", "Tentação de Cristo" e a "Ceia".

Em 1577, Tintoretto começou a decorar o segundo pavimento da escola e executou "O maná", "Moisés aspergido com a água do regato" e "Adoração da serpente de bronze". Para o teto, principalmente, pintou cenas dos dois testamentos, em que se destaca a "Fuga para o Egito".

O pintor executou ainda obras avulsas, como o "Juízo final" e a "Batalha de Lepanto", destruídas no incêndio que consumiu o Palazzo Ducale de Veneza em 1577.

Para esse palácio concluiu, pouco antes de morrer em Veneza, em 31 de maio de 1594, o monumental "Paraíso", um dos maiores quadros a óleo do mundo.

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